sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Proposta de Reforma Administrativa de Braga não cumpre os requisitos

Findo o processo a nível municipal, este encontra-se em discussão a nível central. Como em nenhuma fase do processo este foi aberto à discussão pública e a propostas apresentadas pelos cidadãos, o objetivo será interceder através da Assembleia da Republica, Deputados pelo Distrito de Braga e Partidos Políticos. Ainda que se vislumbre longínquo o sucesso desta intervenção e proposta, esta ficará registada e poderá servir de base para uma futura reorganização.

Analisando a "Proposta Concreta de Reorganização Administrativa do Território - Município de Braga" (PCRAT - Braga), apresentada pela Unidade Técnica para a Reorganização Administrativa do Território (UTRAT), fica desde logo evidente que o disposto no ponto 2 da mesma proposta, não é cumprido na agregação subsequente feita nas freguesias consideradas urbanas.

Pode ler-se:

Em várias das novas freguesias propostas, o disposto no ponto 2 não foi cumprido, como é exemplo mais evidente a agregação proposta das freguesias de Dume, de Real e de Semelhe.

Citando parte do referido ponto, Real de característica eminentemente urbana e que "estabelece relações mais vincadas com o centro urbano" possui uma lógica de "contiguidade territorial e existência de ganhos de aglutinação, de forma a manter o equilíbrio territorial e demográfico", com as "freguesias que demonstram características mais periurbanas" e que se desenvolvem ao longo do eixo da estrada nacional (EN) 201, que nesta área do Vale do Cávado estrutura o crescimento urbano e estabelece as ligações diárias ao centro urbano de Braga (também definido no ponto 2), que é o elemento polarizador do município. Dentro deste conjunto de freguesias estão em primeira análise as freguesias de Frossos, Parada de Tibães, seguindo-se o conjunto de freguesias de Panoias, Merelim (S. Paio e S. Pedro).

Cumprindo o supracitado, a freguesia de Dume, de cariz mais periurbano, estabelece a relação com o centro urbano de Braga, através da freguesia de São Vicente, vencendo a orografia através das ligações definidas pela EN 101, Variante à N101 e N201, Estrada Municipal (M) 589. A agregação possível de Dume seria com a freguesia mais urbana de S. Vicente, o que está desaconselhado tanto pela orografia como pela enorme diferença de estruturação urbana, ou com a freguesia mais periurbana de Palmeira, também desaconselhado pela dimensão das duas freguesias em questão.

Para a freguesia de Semelhe, de cariz periurbano e rural o principal eixo de ligação ao centro urbano é através da M563, que estabelece a ligação através de Gondizalves e Maximinos. A agregação possível de Semelhe seria com a freguesia de Gondizalves, ambas de carácter periurbano e rural, pelo que será desaconselhada a união destas com Maximinos ou Real face à enorme discrepância de estruturação. Num segundo plano surge a freguesia de Cabreiros que também se encontra ao longo do eixo da M563, contudo esta desenvolve-se principalmente ao longo do eixo da EN 103 e a orografia que a separa de Semelhe também retiraria coesão territorial.

Da aplicação do disposto nos pontos 1 e 2 da PCRAT-Braga, a proposta de agregação para as freguesias de Semelhe e Real é a seguinte:
- A agregação das freguesias de Real, Frossos e Parada de Tibães, numa freguesia com 10.701 habitantes, designada por "União das Freguesias de Real, Frossos e Parada de Tibães";
- A agregação das freguesias de Gondizalves e Semelhe, numa freguesia com 2.224 habitantes, designada por "União das Freguesias de Gondizalves e Semelhe";
- A manutenção da freguesia de Dume.

O mapa da proposta alternativa à apresentada pela UTRAT, é o seguinte:



O documento alternativo PCRAT-Braga encontra-se em fase de elaboração, e será enviado às entidades competentes, pelo que a apresentação de ideias e a colaboração será sempre bem-vinda.

2 comentários:

  1. Na realidade, a melhor ligação de Semelhe ao centro urbano é por Real.

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    1. Quando se fala de Semelhe tem que se falar do todo, e para a quase totalidade do território de Semelhe o melhor acesso(mais rápido) ao centro urbano, que também não se restringe apenas ao centro histórico, é feito pela M563 e M564, desembocando no "casco" urbano (Centro urbano definido pelas 7 freguesias) por Maximinos. Acresce a este fato, a médio prazo a Variante do Cávado projetada, que servirá as ligações regionais.

      Além do mais em termos de coesão territorial e seguindo "a lógica de agregação por contiguidade territorial e existência de ganhos de aglutinação, de forma a manter o equilíbrio territorial e demográfico", aplica-se a uma agregação de Semelhe com Gondizalves, mas já não se aplica a uma agregação de Semelhe a Real e Dume.

      Assim como não se aplica na agregação proposta de Gondizalves a Ferreiros, a primeira eminentemente rural e com ligação ao "casco urbano" por Maximinos à excepção da área que se situa próxima à N103, e a segunda predominantemente urbana e que funciona como zona de charneira e acesso ao centro urbano através dos eixos da N14 e N103. Pelo que as freguesias com que Ferreiros se deve fundir serão as que se situam ao longo desses eixos, neste caso Aveleda ou Celeirós, uma vez que Sequeira está fora da classificação de lugar urbano de Braga, e Maximinos encontra-se dentro do "casco urbano" (centro urbano), logo não susceptíveis de agregação.

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