terça-feira, 6 de novembro de 2012

Regenerar Braga - Intolerância perante atrasos

É hoje notícia no Diário do Minho.

Obras no centro de Braga prontas antes do Natal

BRAGA | 6 DE NOVEMBRO DE 2012

A Câmara de Braga garante que a requalificação da avenida Central e da rua dos Chãos vai ficar pronta a tempo da quadra natalícia. Segundo a autarquia, «as obras do topo norte da avenida Central estarão concluídas no final deste mês e as da rua dos Chãos em meados de dezembro».





E no Correio do Minho.

Avenida Central e rua dos Chãos: obras prontas antes do Natal

As obras de regeneração urbana em curso no centro da cidade — Avenida Central e Rua dos Chãos — ficam prontas antes do Natal. A garantia é dada pelo vice-presidente da câmara, Vítor Sousa.
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Os trabalhos na Rua dos Chãos incluem a renovação de condutas de água e saneamento e a remodelação de infraestruturas de electricidade, gás e telecomunicações. Espera-se que as empresas concessionárias desses serviços ultimem os trabalhos de que são responsáveis para permitir o avanço da requalificação de superfície na referida artéria durante as próximas semanas”.

Perante estas notícias, esta imagem da Avenida da Liberdade e a referência à renovação de condutas de água e saneamento na Rua dos Chãos, onde no âmbito desta intervenção já foram localizadas estruturas arqueológicas de valor (12), deve assumir para todos os cidadãos contornos assustadores. 


Como é sabido, as intervenções estão a ser executadas em zonas de enorme sensibilidade arqueológica e não foram alvo de trabalhos arqueológicos prévios, como defendem os arqueólogos, pois a produção científica produzida pelo acompanhamento será sempre inferior. 

A adicionar a este fato já de si preocupante, temos as ocorrências recentes no Largo dos Penedos, na ZEP de São Frutuoso, e nas áreas intervencionadas no projeto Regenerar Braga. Que se somam à lista negra de destruições arqueológicas durante os últimos 35 anos. 

Portanto este tipo de notícias, que apresentam datas precisas e se mostram intolerantes e inflexíveis a qualquer atraso no término das intervenções, só podem gerar enormes preocupações em todos os cidadãos interessados na proteção do património, porque nem existiram trabalhos arqueológicos prévios, nem parece existir qualquer tolerância a trabalhos arqueológicos futuros, caso continuem a ser detetadas estruturas arqueológicas.

Assim vai Braga. 
Será este tipo de tratamento do património arqueológico que os bracarenses pretendem?

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